sábado, 25 de outubro de 2008

Relíquia

Dando fim em várioooos papéis amontoados que havia no meu quarto, achei essa pérola. Na época (2006) valia nota de ntd, é uma 'paródia' do poema 'Ai, Jesus' do Álvares de Azevedo:

Ai, amor! Não vês que gelo,
que caio de tanto desejo
por você, um ser singelo?
Que estremeço, que temo,
que me evapora a inspiração de cada momento?

Ai, amor! Que por um 'olá', disse é ela,
e eu, a pobre 'ela', morreria com mais uma olhada
daquelas!
Que sorte! Que sorte dela!
Antes meu, agora dela!

Ai, amor! Que por apenas mais um beijo perdido
eu hoje de tudo faria
em teu mundo entraria,
dela nem sei o que faria,
só sei que coisa boa não seria!

E de ti, meu protegido,
eu usaria simplesmente tudo!
Chego ao fim porque meu coração ficou mudo,
só tem fôlego para dizer: por você se for preciso
eu até mudo!

(Sâmia Maia)