terça-feira, 4 de novembro de 2008

Lua, oh lua.

Queria ter com quem aproveitar todo o encanto da Lua Cheia...
mas ninguém a minha volta colabora.
(...explicações porque NÃO acho que colaboram...)
E o que me resta?! Me resta andar de cabeça baixa na rua, evitando cruzar com o olhar da Lua, evitando o impulso de parar para pensar na vida, evitando mais uma mudança de planos...
Enfim, evito olhar para o que mais me atrai. Com seu ar misterioso, com sua áurea enfeitiçada, com seu brilho mágico e com seu poder, me encanto por ela cada vez mais e lamento não poder usufluir de tudo isso apenas por falta de uma companhia à altura.

(Sâmia Maia)

sábado, 25 de outubro de 2008

Relíquia

Dando fim em várioooos papéis amontoados que havia no meu quarto, achei essa pérola. Na época (2006) valia nota de ntd, é uma 'paródia' do poema 'Ai, Jesus' do Álvares de Azevedo:

Ai, amor! Não vês que gelo,
que caio de tanto desejo
por você, um ser singelo?
Que estremeço, que temo,
que me evapora a inspiração de cada momento?

Ai, amor! Que por um 'olá', disse é ela,
e eu, a pobre 'ela', morreria com mais uma olhada
daquelas!
Que sorte! Que sorte dela!
Antes meu, agora dela!

Ai, amor! Que por apenas mais um beijo perdido
eu hoje de tudo faria
em teu mundo entraria,
dela nem sei o que faria,
só sei que coisa boa não seria!

E de ti, meu protegido,
eu usaria simplesmente tudo!
Chego ao fim porque meu coração ficou mudo,
só tem fôlego para dizer: por você se for preciso
eu até mudo!

(Sâmia Maia)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Devaneio poético.

Ela era, antes, conhecida como a insensível, a inexorável.
Hoje o rótulo já caiu um pouco, mas não o bastante para fazê-la sentir-se realizada.
Ela apurou sua sensibilidade para as palavras, palavras escritas. Ainda deseja mostrar-se mais vulnerável às emoções alheias.
Poder derramar uma lágrima que seja em sinal de apoio a uma amiga que passa por um momento difícil.
Conseguir ser um pouco mais acessível para os nobres apaixonados.
Saber ouvir e orientar, ah, como ela queria saber fazer isso.
Olhe como é interessante: ela mudou, evoluiu, melhorou; e não foi preciso aquela tradicional 'lição por dor' da vida, mudou por livre espontânea vontade ;)
Quem sabe agora ela não encarne um pouco de Clarice Lispector e assim, passe a encarnar os apectos que lhe faltam? Oh, não, pode ser perigoso.
Você se imagina preso a um corpo que não é seu?Ou melhor, a um espírito que não é seu? Eu me imagino, e preferia não ter imaginado ;/
Para quem já sofreu com rótulo, viver sob uma máscara, ou por várias delas, é um exímio exílio.
A visão que eu tenho aqui não é a mesma que eu tenho lá...

(Sâmia Maia)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Soneto da fêmea - XVI

'Não adianta: nunca a entenderás.
Nem ela mesma sabe o que é ou quer:
enfinge em espiral
- do gelo à chama-
ela força o que foge
por capricho,
despreza o que domina,
por soberba.'

(Paulo Lyra)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Flerte, mas saiba flertar ;)

Sábado à noite. Sempre tem em alguns lugares do mundo aquelas baladas, seja em um bar, boate, casa de amigo ou na própria residência. Enfim, em uma destas festas aconteceu o sequinte episódio:
Um garoto observava uma linda menina que dançava mais adiante. Exausto de procurar inspiração resolve flertá-la com sua cantada mais arcaica:
- Olá, posso te perguntar uma coisa? Se em cima de um morro íngrime eu ponho uma bola, rola ou não rola?
Tentando não parecer indelicada, a moça foi mostrar-lhe o seu parecer:
- Na situação na qual imagino a cena, não rola. E vou explicar porquê: se a força de atrito entre a bola e o chão for maior que a força peso, que é a massa da bola multiplicada pela gravidade e que é vertical para baixo, esta não será suficiente para fazer com que haja o movimento. Para que role, é necessário que haja uma força maior que o atrito a favor do movimento.
O rapaz não sabia se estava constrangido ou desnorteado depois da aula que recebera, apenas fez menção de sair. A moça receosa de ter ofendido o garoto, chamou-o de volta:
- Quando você for usar essa cantada novamente lembre-se de incluir: desprezando a ação de forças contrárias ao movimento, mais especificamente o atrito.
Calado estava, calado o rapaz saiu.
Por volta das 3:30 da manhã, a garota-professora foi incomodada novamente. Ao virar para ver quem era, reconheceu o rapaz, que não pereu tempo e logo iniciou:
- Desprezando a ação da força de atrito.....
(Fim)

(Sâmia Maia)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O cômico do dia-a-dia ;]

Uma mulher tem seu celular roubado na avenida mais movimentada da cidade. Tenta se manter calma e vai para casa a procura de companhia para ir fazer o boletim de ocorrência.
Em um último suspiro de esperança, ela resolve ligar para seu celular:
-ALÔ, QUEM FALA?
- Olá senhora, bom dia. Poderia fazer o favor de falar mais baixo, posso ouví-la perfeitamente bem.-atendeu uma voz masculina bem educada- Em que posso ajudá-la?
-Quem é que está falando?
-Infelizmente, segundo o Manual do Assaltante Bem-sucedido, o MABS, essa pergunta não pode ser respondida. Então a senhora sinta-se a vontade para fazer outra.
-Meu filho, você roubou meu celular, e eu o quero de volta! - a mulher está mais do que furiosa com a situação.
-Ah, entendi. Aguarde um instante, por favor. (...) Achei. Senhora? Por favor, escute o que vou dizer: Manual do Assaltante Bem-sucedido, vulgo MABS, capítulo 2, página 32, parágrafo 16, linha 5: 'Nunca devolva objetos furtados para seus respectivos donos.'
-Não devolvem? E se eu disser que vou fazer um B.O. e que a polícia vai atrás de você?
-A senhora está mais do que certa, com essa violência toda na cidade, nem aquela avenida em que a senhora estava escapa mais, nem nós, assaltantes, até nós estamos sendo assaltados, num é uma ironia isso? A coisa tá séria, o melhor a fazer é colocar-se nas mãos da segurança pública.
- É, e tomara que eles o prendam, viu? Fazer promessa para Santo Expedito.
-Diz aqui no Manual do Assaltante Bem-..... - é interrompido pela mulher.
-Olhe aqui moço, pegue esse seu Manual e coloque no índice, procure o capítulo de negociações.
-Aguarde um momento, por gentileza. (...) Pronto. Capítulo 12, página 373.
-O que fala sobre negociações do objeto roubado?
-Linha 11: "As negociações só devem ser feitas com objetos de valor estimado acima de mil reais."
(Silêncio.)
-ALÔ? QUE FOI? ALÔ? MOÇO?
-Um minuto de silêncio em respeito ao celular da senhora.
-Por quê?
-O Manual do Assaltante Bem-sucedido, MABS, fala apenas de objetos acima de mil reais. A senhora vai me desculpar, mas essa 'bomba' aqui não vale cem...
-E você pretende fazer o quê com ele? Me devolva, por favor! - a mulher desmancha-se em choro.
-Segundo o MABS, Manual do Assaltante Bem-sucedido, nossos planos não podem ser compartilhados com desconhecidos.
-Moço, tenha pena de mim...(Choro.)
-Senhora, o celular vai descarre...
(Fim de ligação)
Uma semana depois, a senhora recebe em seu barraco um embrulho. Ao abrir depara-se, não com o seu celular, mas com um mais moderno. E um cartão que dizia: 'Gostei muito de conversar com a senhora. Adoraria que vinhesse me visitar na penitenciária. Ass: Assaltante não muito Bem-sucedido.'

Sâmia Maia

Obra inacabada

Medo. Será isso? Ou receio?
Estou sem rumo ¬¬'
Uma pessoa extremamente calculista que, agora, sente-se traída pelos números.
Com um desejo que o mundo pare para ela poder descer.
Querendo ser rebelde para poder se preocupar menos. Querendo continuar como era, com tudo calculado, programado, planejado...
Voltar a sentir prazer com as pequenas coisas da vida.
Ter um mínimo de privacidade para simular uma liberdade.
E o medo volta. E a paciência? Ah, esta já se foi embora.
Queria ser prioridade da minha própria lista.
Saudade do tempo em que para chorar era necessário esforço. Querendo não ter que fazer esse mesmo esforço, hoje, para sorrir.

Sâmia Maia

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Início...

Onde há um começo, deve haver uma história. Eis aqui um começo, com uma história a ser formada.