quarta-feira, 26 de maio de 2010

Fênix!

Sumi nouavamente, é verdade. Porém venho dar o ar da graça mais uma vez. Desta vez com linhas escritas de verdade e sem diálogos com o eu-lírico.
O texto surgiu numa aula de Língua portuguesa,com um empurrãozinho da professora, digamos assim, já que a primeira frase ela colocava no quadro e repasso-o aqui.
Um último comentário é: há muito tempo eu não sentia a 'válvula da inspiração literária' sendo ativada e ao ler no quadro: "Eu sempre ouvi meus próprios lamentos perdidos no vento..." houve um 'clic' lá dentro e o desenrolar foi surgindo. Sem mais demoras:







Eu sempre ouvi meu próprios lamentos perdidos no vento, como se minha alma tomasse forma numa corrente de ar. Seria uma intimação para uma conversa? Sussurros vinham e iam, tocando em assuntos que eu tanto quis esquecer. Talvez somente com esses sussurros eu poderia me sentir livre.

Eu sempre senti minhas próprias aspirações no toque molhado do mar. Como se aquela sensação de frio fosse uma válvula para ativar os sonhos. Quando não, a sensação úmida despertava a lembrança de quão tão úmidos meus olhos já ficaram, incontáveis vezes. E essa mesma água lava minha tez, como se purificasse minha alma.

Eu sempre vi no fogo o calor necessário para tomar minhas decisões, um calor que acalenta, como se fosse um colo materno. A oscilação da chama caracteriza minha inconstância e a luz que emana simboliza a orientação, força, torno-me uma iluminada.

Eu sempre senti na terra a segurança para seguir adiante. O chão sob os pés serve, categoricamente, como base. Apóio e conscientização das ações presentes e futuras.
Por vezes, seca e árida; por outras, úmida e lamacenta, mas se bem cuidada, semeia novos horizontes.

Um quinto elemento? A vida.

Eu sempre vi na vida o motivo para a perseverança. Encantando-me com as coisas mais simples e surpreendendo-me com a complexidade. Entendendo que há momentos alegres e momentos felizes e sabendo que há outros nem tão alegres e nem tão felizes. Porém, nunca baixando a cabeça ou jogando tudo para o alto, pois viver é isso:

ser sensível ao alheio e entender as entrelinhas da natureza.





(Sâmia Maia)