terça-feira, 16 de setembro de 2008

Devaneio poético.

Ela era, antes, conhecida como a insensível, a inexorável.
Hoje o rótulo já caiu um pouco, mas não o bastante para fazê-la sentir-se realizada.
Ela apurou sua sensibilidade para as palavras, palavras escritas. Ainda deseja mostrar-se mais vulnerável às emoções alheias.
Poder derramar uma lágrima que seja em sinal de apoio a uma amiga que passa por um momento difícil.
Conseguir ser um pouco mais acessível para os nobres apaixonados.
Saber ouvir e orientar, ah, como ela queria saber fazer isso.
Olhe como é interessante: ela mudou, evoluiu, melhorou; e não foi preciso aquela tradicional 'lição por dor' da vida, mudou por livre espontânea vontade ;)
Quem sabe agora ela não encarne um pouco de Clarice Lispector e assim, passe a encarnar os apectos que lhe faltam? Oh, não, pode ser perigoso.
Você se imagina preso a um corpo que não é seu?Ou melhor, a um espírito que não é seu? Eu me imagino, e preferia não ter imaginado ;/
Para quem já sofreu com rótulo, viver sob uma máscara, ou por várias delas, é um exímio exílio.
A visão que eu tenho aqui não é a mesma que eu tenho lá...

(Sâmia Maia)

Um comentário:

Anônimo disse...

"inexorável"...
Onde e quando será que eu aprendi essa palavra, hein?
iauheuaie
:)