sábado, 29 de janeiro de 2011

Olhos Alheios.

Acho que esse foi o texto mais difícil de se fazer. Por ser uma ideia simples, eu sempre tinha muito o que dizer, mas que junto, em um só corpo, perdia o sentido, o foco. Creio que comecei a escrevê-lo, pelo menos, umas 3 vezes e mentalizá-lo então, perdi foi a conta!
Tenho alguns textos ainda inacabados, mas não são como esse. Os outros aguardam a volta do cômico, mas esse aguardava a seleção das ideias. É o velho ditado: uns com tanto, outros com tão pouco...



Experiência Ocular.

Faça um experiência:
Pegue uma câmera e saia para fotografar as paisagens mais comuns do cotidiano. (Isso é Pleonasmo?!)
Perceba a mágica que acontece quando:

1) você senta próximo a um semáforo e passa a observar os tipos ali parados em seus respectivos carros... Um casal que aproveita o tempo do sinal vermelho para se beijar, ou um outro casal que, indiferente à esse tempo, briga e xinga-se; uma mulher sozinha acompanhando a música que toca no rádio, ou outra mulher, também sozinha, mas que gesticula bastante ao falar ao telefone, irritada; um homem que, sem perceber, checa o relógio a cada segundo, ou um outro que demonstra assustar-se com a aproximação de um pedinte. Ah, não esqueçamos dos pedintes, são quem mais nos surpreendem ao serem observados. Principalmente as crianças, observá-las alegres por receber uma boneca usada, um carro sem roda ou até mesmo uma sobra de refrigerante, nos mostra que o luxo não é tudo na vida.

- Mudando de cenário -

2) vamos para um playground. Observe bem o sorriso dos meninos e meninas que estão brincando. Como são sociáveis, fazem amizades tão rápido! E o mais engraçado: a maior preocupação deles é não quebrar os brinquedos. Nada de dívidas ou decisões importantes, só manter o brinquedo inteiro. Saudade dessa minha preocupação...

- Mudança de cenário, de novo!-

3) estamos numa recepção de consultório geriátrico. Velhinhos e velhinhas com seus devidos acompanhantes à espera de atendimento. Filhos que têm todo o tempo do mundo para cuidar de seus pais idosos, filhos que talvez nem tenham esse tempo todo, mas que conseguem acompanhá-los às consultas ou, até mesmo, o companheiro, esposa ou marido, que faz questão de ir, para mostrar-lhe que o que foi dito na igreja, "na alegria, na tristeza, na saúde, na doença, até que a morte nos separe", foi de verdade. Muitos desses idosos talvez nem saibam onde estão ou o porquê de estarem ali. Podem até terem em comum um amigo alemão, o Alzeihmer. E observar os velhinhos que o conhecem é o melhor, porque você os verá sempre sorrindo, observando a movimentação próxima ou, simplesmente, cochilando. Eles nos transmitem uma sensação de paz, de segurança. Eles estão ótimos, sem preocupação alguma! E o sorriso... ah, o sorriso parece ter pequenos raios de sol saindo dele.

Aqui eu peço licença para um parêntese:
(Notam a semelhança entre a criança e o idoso? Pois é, meus amigos, nossa vida é um "V" de "bunda canaça".)

Agora esqueça a parte da câmera! Você pode perceber tudo isso a olho nu, pare de apenas olhar e passe a ver o mundo ao seu redor!

A grande lição é: a verdadeira vida encontra-se nas coisas mais simples, desapegue-se do "ter" e ame o "ser".



Nota: para aqueles que querem ser ilha, viver sozinho, auto-suficientes, lembrem-se:
até mesmo as ilhas têm seus arquipélagos, seja na superfície ou embaixo d'água.



(SâmiaMaia.)

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