terça-feira, 14 de abril de 2009

Concluí que...

Cheguei a uma conclusão: eu tenho, sim, medo da morte. Não da minha morte, mas da morte de um ente querido.
Ultimamente, tornei-me amante da música. Passei de flerte à tal posto em menos de um mês. E foi criando essa intimidade com ela que surgiu essa reflexão em minha mente. Mais precisamente ouvindo Zé Ramalho.
Eu me transportei para um futuro, futuro talvez longínguo ou talvez próximo. Futuro no qual não teria, mais próximo a mim, meu pai. E que ao ouvir as letras do Zé, eu iria me lembrar de toda a minha vida e de todos os momentos e aprendizados que tive, graças ao meu querido Lobo.
Momento no qual eu me deixaria ser absorvida pelas lembranças e deixaria, se preciso, um rio de lágrimas correr rosto abaixo.
E isso não acontece só com o meu pai. Se, por exemplo, eu ouvir Jorge Vercilo, uma ponte ligará, imediatamente, meu pensamentos à imagem da minha tia (Juliana). E se ela, infelizmente, não estiver mais comigo, lágrimas também correrão.
Da mesma forma que se eu ouvir Leonardo, o vazio em mim vai acentuar-se, o vazio da falta que minha tia (Rosângela) e madrinha de crisma irá fazer.
E se eu ouvir forró antigo, do tempo de Cavalo de Pau ou Painel de Controle, da época do sucesso estourado de Mastruz com Leite e Noda de Caju, o vazio de transformará em um buraco. Não, buraco não, em um precipício na verdade. Pois, todas essas bandas me farão lembrar do meu querido tio (Reginaldo) e dançarino predileto, com quem me diverti TODOS os momentos que estive ao seu lado.
Mas nos momentos em que estiver triste, precisando de apoio, de um colo, tenho certeza que será de momentos compartilhados com qualquer uma dessas pessoas citadas, que irei me lembrar para dar o mais sincero sorriso que já fui capaz.
Algumas lições de vida aprende-se, não pela dor, e sim, pelo o amor. Alguns valores são criados em você, antes de perder algo. Explicando: há certas pessoas que têm a felicidade de aprender sem sofrer grandes decepções. Eu, por exemplo, aprendi, através de pequenas quedas, que sem minha família eu não vivo.
Falei tanto para transmitir uma idéia de apenas seis palavras. Enfim, precisava desse momento.


Sâmia Maia

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